Empresas assumem que conseguem ouvir conversas pelo celular para direcionar propagandas

 Empresas assumem que conseguem ouvir conversas pelo celular para direcionar propagandas
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A privacidade on-line é um assunto que vem sendo amplamente debatido nos últimos anos, principalmente após grandes empresas — como a Meta (na época, conhecida como Facebook) — se envolverem em polêmicas ligadas a venda de dados. Recentemente, algumas corporações assumiram que conseguem ouvir conversas pelo celular para direcionar propagandas.

Essa afirmação acalorou novamente as discussões que tratam sobre a segurança dos usuários de smartphones e outros dispositivos. A especulação que aponta para a possibilidade de as empresas escutarem o que os usuários falam não é nova, mas até então estava apenas no campo de rumores.

Afinal, quem nunca disse o nome de um produto e logo ao abrir um aplicativo lá estava uma propaganda enorme sobre o item falado? O ponto levantado por especialistas da área são as implicações éticas e legais do uso de tecnologias de escuta ativa para criação de anúncios microssegmentados.

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A gigante da mídia Cox Media Group (CMG) é uma das empresas que afirma ter a capacidade de ouvir as conversas ambientes dos consumidores por meio de microfones embutidos em smartphones, smart TVs e outros dispositivos. A companhia explica que os áudios capturados são usados para a exibição de anúncios macrossegmentados, isto é, feitos sob medida para o usuário.

“Essa prática é frequentemente alimentada por dados coletados por meio de várias tecnologias, incluindo cookies, beacons e, como mencionado, potencialmente pelo uso de microfones. A microssegmentação pode ser eficaz em termos de marketing, mas levanta preocupações significativas sobre privacidade e consentimento”, pontua Alexander Coelho, especialista em Direito Digital e sócio do Godke Advogados.

Como funciona?

Essa prática, conhecida como “audio fingerprinting”, consiste em identificar sons como músicas, programas de TV, filmes e até mesmo vozes humanas para traçar o perfil de consumo dos usuários.

As empresas alegam que essa técnica não viola a privacidade dos usuários, pois os dados são anonimizados e não há gravação ou armazenamento das conversas. No entanto, especialistas em direito digital e defesa do consumidor alertam que essa prática pode ser ilegal e abusiva, pois fere o princípio do consentimento e da transparência. Além disso, há o risco de que esses dados sejam usados para fins maliciosos, como chantagem, extorsão ou manipulação.

Para evitar que seu celular seja usado como um microfone espião, os especialistas recomendam algumas medidas de segurança, como desativar o acesso ao microfone dos aplicativos que não precisam dele, revisar as políticas de privacidade dos serviços que você usa, usar antivírus e firewall no seu aparelho e denunciar qualquer suspeita de violação dos seus direitos.

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Lucas Ribeiro

Jornalista há quatro anos, trabalho com revisão de textos e elaboração de pautas sobre telefonia móvel/telecomunicações no geral. Como lema, compartilho a ideia de Álvaro Borba, que diz: “Não importa o que eu acho, importa o que eu sei, e o que sei são os fatos”.

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